Independentemente de comprar o avião montado, em kit, ou construí-lo
você mesmo, é necessário ter pelo menos uma noção de como o avião funciona.
Todo avião, de um aeromodelo a um jato
comercial, funciona com os mesmos princípios físicos. Vamos
conhecer então suas partes:
É o “corpo” do avião,
onde é presa a asa, a cauda,
o motor, etc.,
e dentro da qual são instalados os equipamentos.
A fuselagem normalmente deve ter o mínimo de resistência possível
ao ar, por isto os aviões geralmente têm curvas suaves, e
no caso dos aeromodelos muitas fuselagens são
finíssimas.
É responsável pela sustentação do avião. Basicamente a curvatura da asa
faz com que o ar tenha pressão diferente em sua parte de baixo e de cima,
empurrando o avião para cima. Isto faz com que o avião suba, e quando está em
vôo nivelado, equilibra a gravidade, que tenta fazê-lo descer.
Para diferentes tipos de avião há diferentes tipos de asa, assim um treinador normalmente tem uma asa sem retangular e sem enflechamento, normalmente montada alta e, no caso dos aeromodelos, com “diedro”, para deixar o modelo mais estável.
Em modelos acrobáticos as asas são “simétricas” para permitir o vôo
invertido com a mesma estabilidade do vôo normal.
Em planadores as asas são mais longas, para ter alto desempenho, e assim por
diante.
·
Aviões treinadores têm
normalmente asa alta por permitir maior campo de visão para baixo, e maior
estabilidade;
·
Aviões
acrobáticos ou de caça geralmente têm asa média, permitindo maior agilidade e
visibilidade para cima e para trás;
·
Jatos, que voam próximo
à velocidade do som ou acima dela têm asas enflechadas, pois esta é a condição
em que se consegue estabilidade e pouco arrasto em velocidades muito altas;
·
Aviões agrícolas
normalmente têm asa baixa para fixar os pulverizadores;
·
Hidroaviões geralmente
têm asa alta para deixar os motores
mais longe da água.
Figura
1 - Tipos de asas
A maioria dos aviões tem um ângulo na asa, chamado diedro,
que permite mais estabilidade, fazendo
com que o avião continue voando na horizontal quando se soltam os comandos.
Uma característica importante de qualquer avião, determinada
principalmente pelo peso e pelo formato e tamanho da asa, é a velocidade de
stall ou estol.
Ao observar aviões próximos ao aeroporto, por exemplo, percebe-se
facilmente que quanto menor a velocidade, maior é o ângulo que as asas precisam
ficar em relação à direção do vôo para conseguir sustentação. O avião fica
voando “com o nariz para cima” para garantir maior sustentação em baixa velocidade.
Mas todo perfil tem um limite de ângulo até o qual ele funciona, e ao
continuar diminuindo a velocidade atinge-se este limite e o ar deixa de
acompanhar o perfil e gerar sustentação, portanto a asa “pára de funcionar”
(stall é parada em inglês), ou seja, deixa de sustentar o avião, que cai como uma pedra até recuperar
velocidade e voltar
a voar.
Durante o vôo é sempre importante manter velocidade acima do estol, para
evitar reações inesperadas, principalmente em baixa altitude, em que a
recuperação é mais difícil.
O uso de ailerons e flaps altera a velocidade de stall, aumentando-a no
primeiro caso (já que a ponta da asa estará com maior incidência) e
diminuindo-a no segundo caso devido à alteração no perfil.
As superfícies de cauda ou “empenagem” são responsáveis por manter a
estabilidade do avião.
O estabilizador horizontal, semelhante a uma asa menor, é responsável por manter a estabilidade no eixo de subir/descer, e possui uma superfície móvel chamada “profundor” que permite ao piloto comandar a subida ou descida do avião.
O estabilizador vertical ou “deriva” é responsável por manter o avião
voando em uma linha reta, e possui uma superfície móvel chamada “leme”,
que tem a mesma função de um leme de barco ou volante de automóvel.
Alguns modelos usam cauda em V ou outros formatos, que apesar de serem
diferentes sempre repetem a atuação dos estabilizadores vertical e horizontal.
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